
As atividades turísticas no Rio Grande do Sul tiveram uma queda de 32,3% em maio frente a abril. Na comparação com maio de 2023, o recuo é ainda mais expressivo 39,4%. Os dados constam da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada nesta sexta-feira (12) pelo IBGE. O resultado é mais um dos efeitos das enchentes que danificaram os estabelecimentos de prestação de serviços, destruíram a infraestrutura das cidades e reduziram, em larga escala, a mobilidade da população gaúcha.
Os dados do IBGE vêm ao encontro da pesquisa que o Observatório de Turismo do Rio Grande do Sul fez com a Universidade de Caxias do Sul, com mais de 600 empresas, principalmente da Serra Gaúcha, que avaliou que 80% das empresas de turismo tiveram suas atividades reduzidas ou paralisadas nesse período. Só 20% conseguiram manter a normalidade das suas atividades.
“Também houve um expressivo comprometimento dos acessos para a chegada dos turistas e, portanto, isso agravou essa queda no índice do faturamento das empresas do setor. Quase 90% das companhias que responderam a nossa pesquisa, afirmaram que tiveram cancelamento de reservas”, conta Antonio Pedro da Costa e Silva Lima, economista e coordenador do Observatório de Turismo do Rio Grande do Sul.
E não há perspectiva de boas notícias para o setor no curto prazo. Sem data de reabertura do principal aeroporto do estado, o Salgado Filho, despencaram em 40% as procuras por voos para Porto Alegre para mês de julho, alta temporada do turismo local. A capital gaúcha saiu da oitava posição do ranking, em 2023, para 15ª entre as cidades com maior procura de bilhetes aéreos para as férias de julho. Na prática as buscas por passagem caíram de dois milhões, em 2023, para 1,2 milhões, apesar dos esforços feitos para driblar a falta de voos na capital com remanejamento para aeroportos como o de Caxias e a base aérea de Canoas. O levantamento, ao qual o blog teve acesso em primeira mão, foi realizado pela Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul (Setur) com base em dados da plataforma ForwardKeys.
Os aeroportos regionais do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina absorveram menos de 20% do número de assentos em voos que seriam ofertados no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. No total, mais de dois milhões de assentos programados foram perdidos.
A Secretaria Estadual de Turismo do Rio Grande do Sul solicitou cerca de R$ 90 milhões ao Ministério do Turismo para iniciar uma campanha de promoção de eventos no estado, como antecipamos aqui. A meta é reverter os efeitos da tragédia no turismo, que levou a perda de 3.381 empregos com carteira assinada no setor, focando no turismo rodoviário.
Com informações do Jornal O Globo