A presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), Jurema Monteiro, participou nesta quarta-feira (11) do Security Innovation Forum, evento promovido em São Paulo pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Jurema foi uma das integrantes do painel “Melhorias na jornada do passageiro com as atualizações tecnológicas”.
Segundo a presidente da ABEAR, a inovação tem desempenhado um papel crucial no setor aéreo, impulsionando melhorias significativas nos processos e serviços que, por sua vez, aumentam a produtividade das empresas e a competitividade. “No passado, há menos de uma década, as reservas de voos eram feitas por telefone e os bilhetes eram emitidos manualmente. Hoje, a tecnologia está presente em todas as etapas das operações das empresas aéreas, desde o planejamento até a execução”, afirma.
Entre as inovações, destaca-se o uso de tablets para o atendimento de passageiros e a operação de rampa, proporcionando um controle mais eficaz e uma comunicação aprimorada. A Inteligência Artificial (IA) também tem sido uma aliada importante, auxiliando no atendimento ao cliente final e contribuindo para a redução de reclamações. “A IA categoriza automaticamente as reclamações, identifica subcategorias e endereça rapidamente os problemas mais sensíveis”, disse.
O monitoramento das operações de solo por meio de câmeras e inteligência artificial permite a detecção de movimentos e objetos, transformando essas informações em dados e relatórios que ajudam a melhorar a eficiência. Além disso, o despacho automático de bagagens tem facilitado o processo para muitos passageiros, com seis em cada dez utilizando essa tecnologia para agilizar o despacho de malas, embora essa prática não seja ainda universal. “É imprescindível trabalhar novas tecnologias, processos e pessoas com a mesma intensidade. Não adianta termos investimentos altíssimos se não se conseguirmos suportar isso com o processo correto para a melhor experiência do passageiro”, completou Jurema.
O diretor da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) no Brasil, Dany Oliveira, destacou que é preciso ver o Brasil com os olhos dos estrangeiros. “Dados apontam que três entre quatro passageiros do mundo gostariam de ter uma experiência mais rápida, desde a chegada ao aeroporto até embarque na aeronave, que se levasse, no máximo, 30 minutos”, observou.
O diretor Jurídico e Regulatório da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), Paulo Costa, ressaltou que a tecnologia pode contribuir com o aumento da demanda de passageiros. “O Estado tem que ter sua participação nesse processo, pois atualmente transportamos 100 milhões de pessoas por ano, mas com investimentos assertivos é possível chegarmos a 250 milhões, com processos tecnológicos mais ágeis”, disse.
Já o diretor de Operações e Infraestrutura do Aeroporto de Viracopos, Marcos Beme, relatou que o aeroporto persegue o lema de que todo o processo dos passageiros deve ser agradável. “Para isso estamos trabalhando incansavelmente para expandir a biometria facial em nossos embarques tornando toda essa esteira automatizada sem que haja problemas com a segurança”, afirmou.
O debate foi moderado pelo diretor de Operações da Sociedade Internacional de Telecomunicações Aeronáuticas (SITA) para América Latina e Caribe, Augusto Santos. A Customer Experience (CX) da Azul, Maria Manuella Ritter, também participou do painel.
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