A Petrobras divulgou nesta segunda-feira, 3, nova queda de preço do querosene de aviação (QAV) para abril, de em média 5,7%, na comparação com o mês anterior. Na própria segunda-feira, a estatal havia divulgado uma alta de 1,78% e foi alvo de críticas das linhas aéreas. No início da tarde, no entanto, a companhia corrigiu a informação. Com os novos dados, é a segunda queda consecutiva no preço do combustível, usado em aeronaves da aviação civil regular. Em março, a redução foi de 13,8% no preço do QAV praticado pela estatal, indicador comemorado pelas companhias aéreas locais.
Ainda assim, o combustível usado para abastecer aviões acumula alta de 153% em relação a abril de 2020, início da pandemia — o que tem se refletido no preço das passagens. “A redução anunciada hoje é positiva, mas o preço do QAV permanece sendo um dos maiores desafios para a aviação comercial brasileira, que é muito impactada pelo atual cenário de intensa volatilidade das cotações do dólar e do combustível. A isso soma-se a perda do poder de consumo da população nos últimos anos”, disse em nota o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz.
O anúncio aconteceu em um dia em que o preço do petróleo registrou o maior aumento diário em quase um ano, refletindo o anúncio repentino da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de cortar a produção em 1 milhão de barris por dia.
O setor aéreo, no entanto, ainda sente os impactos da pandemia. Além do custo do combustível — que representa 40% das despesas operacionais —, a demanda de passageiros e a oferta de assentos ainda não voltaram totalmente aos patamares pré-pandêmicos.
Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em fevereiro, as companhias transportaram 6,6 milhões de passageiros pagantes: 14% menos passageiros do que em fevereiro de 2020, quando ainda não se falava em pandemia. Na comparação com fevereiro de 2019, a queda foi de 11,1%.