A França anunciou hoje, a proibição de voos domésticos quando houve alternativa ferroviária com menos de duas horas e meia de duração. A medida entrou em vigor após reiteradas polêmicas que barravam o projeto. Em uma tentativa de acelerar a transição energética e combater as mudanças climáticas, o plano inicialmente anunciado em 2021 foi concretizado nesta terça-feira, 23, por meio de um decreto presidencial.
A medida valerá principalmente para viagens aéreas entre Paris e polos regionais como Nantes, Lyon e Bordeaux, e não afetará conexões. O limite fica um pouco abaixo das cerca de três horas necessárias para sair de Paris e chegar à cidade portuária de Marselha em um trem de alta velocidade.
Para fins comparativos, um voo do aeroporto Charles de Gaulle, nos arredores de Paris, até Nantes emite 66,9 kg de dióxido de carbono equivalente (kgCO2e) por viajante. De Orly, o outro aeroporto da capital, até a mesma cidade, as emissões estimadas são de 49,9 kgCO2e por viajante, segundo a calculadora do próprio departamento de aviação civil francês. A média, portanto, é de 58,4 kgCO2e por passageiro.
Governo da França garantiu o apoio da Air France
A legislação determina que os passageiros devem poder ir e voltar no mesmo dia, tendo passado oito horas em seu destino. O governo já garantiu o apoio da Air France, a maior companhia aérea do país, às mudanças em troca de um pacote financeiro para ajudar a empresa durante a pandemia de Covid-19. As concorrentes foram impedidas de preencher as lacunas.
As novas regras coincidem com debates sobre como reduzir as emissões de aviões particulares. Enquanto deputados do Partido Verde defendem vetar aviões particulares como um todo, o ministro dos Transportes, Clement Beaune, no mês passado defendeu taxas climáticas a partir do ano que vem para quem optar pela modalidade.
Com informações do Jornal O Globo