Veneza - Foto: Acervo

Veneza, na Itália, um dos destinos turísticos mais procurados do planeta, corre o risco de entrar na lista da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) de patrimônio mundial em perigo. Não é a primeira vez que a Unesco expõe essa preocupação, reforçada nesta segunda-feira (31) em um comunicado reproduzido pelo jornal francês Le Figaro.

A decisão deve ser tomada no próximo encontro do Comitê do Patrimônio Mundial, a ser realizado em Riade, na Arábia Saudita, entre 10 e 25 de setembro. Não será uma resolução definitiva, mas segundo o Le Figaro, “a inscrição de um bem na lista ‘em perigo’ tem o objetivo de funcionar como um eletrochoque”.

Veneza foi declarada patrimônio da humanidade em 1987. Para justificar a mudança no status da cidade, um relatório elaborado por um painel de especialistas, incluindo peritos do Icomos (Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios), aponta a falta de ações políticas e técnicas capazes de sanar os problemas causados pelo excesso de turismo, que, associado às ameaças climáticas, coloca a região em risco.

Em 2021, Veneza já esteve próxima de ser considerada patrimônio mundial em perigo. Atualmente, a lista conta com meia centena de lugares e monumentos que, de acordo com a avaliação da Unesco, corre risco de perderem o título de patrimônio da humanidade, como regiões e atrações do Afeganistão, da Líbia e da Ucrânia.

Na ocasião a Itália conseguiu evitar a inclusão de Veneza da lista ao proibir a entrada de cruzeiros no centro histórico da cidade. À época, o governo italiano já havia implementado o chamado Projeto Mose (Módulo Electromecânico Experimental), um complexo sistema de diques que protege a laguna de Veneza das marés altas do Mar Adriático, que provocaram inundações que alcançaram a famosa Praça de São Marcos em invernos recentes.

Segundo técnicos da Unesco, porém, tais medidas não têm gerado “progressos significativos”. A instituição afirma que a Itália deverá adotar “uma estratégia de longo prazo” e “soluções duráveis” com o objetivo de “evitar alterações irrevogáveis e a perda da autenticidade histórica da cidade”.

Com informações do Jornal O Globo